Sites Grátis no Comunidades.net Criar um Site Grátis Fantástico

Eu nasci pra ser Feliz


NOME:Cristiane S Santos CIDADE:Campo Alegre-AL CURSO:Psicologia TURMA D
Total de visitas: 8886
Filosofia - PC

"PENSO, LOGO EXISTO"
(René Descartes)
1. Explique as etapas da dúvida hiperbólica e a sua finalidade.
A dúvida hiperbólica é o método utilizado por Descartes como ponto de partida para alcançar o conjunto de princípios fundamentais que constituirão a base de todo o conhecimento verdadeiro. Essa dúvida não é ceticista, pelo contrário, é um método racional de investigação. O objetivo é colocar o conhecimento sobre um fundamento seguro.
A dúvida hiperbólica pode ser dividida em três etapas:

*Argumento dos erros dos sentidos: os sentidos são postos em dúvida, uma vez que eles freqüentemente nos enganam.
*Argumento do sonho: podemos ser enganados através de nossos sonhos, pois enquanto estamos sonhando acreditamos estar a viver uma situação real. Não encontrando nenhum indício pelo qual possamos distinguir com segurança a vigília do sono.
*Argumento do Deus Enganador e do Gênio Maligno: Descartes acreditava existir um Deus que tudo pode e por quem foi tudo foi criado; esse Deus poderia nos enganar, fazendo-nos acreditar que tudo existe quando a realidade é diferente. Para quem prefere negar a existência de Deus, ele supõe a existência de um Gênio Maligno, e que todas as coisas exteriores que vemos são apenas ilusões e enganos de que ele se serve para surpreender nossa credulidade.

2. Pode-se dizer que Descartes é um cético? Explique.
Por ter cultivado a dúvida como meio de se desembaraçar das certezas adquiridas sem o exercício metódico da razão, Descartes é, quanto a esse aspecto, comparado aos céticos, mas Descartes se distingue dos céticos na medida em que não julga que a certeza seja impossível de atingir.
Descartes não cultiva a dúvida apenas como forma de percorrer as certezas infundadas e constatar a relatividade daquilo que os homens têm admitido como verdade. A dúvida é um percurso com direção e objetivo, que consiste precisamente no ponto de chegada como ponto fixo, pois se o ponto de chegada da dúvida for um ponto fixo, ele será o ponto de partida do conhecimento.

3. Qual é a primeira certeza alcançada por Descartes? Explique.
Ele chegou à conclusão de que duvidava de tudo e que isso é a única coisa de que se pode ter uma certeza absoluta. Com isso, um fato se torna claro, do qual ele pode ter toda a certeza: duvida.
Mas se duvida, tem que concluir que pensa, e se pensa tem de concluir que é um ser pensante. Ou, como ele próprio diz: “cogito, ergo sum” (penso, logo existo).

4. O que significa dizer que Descartes é um mecanicista? Explique.
Descartes é “dualista”, e isso significa que ele traça uma clara linha de separação entre a realidade espiritual e a realidade em extensão.
Em relação à realidade em extensão, ele tem dela uma concepção mecanicista. Ele chegou à conclusão de que o homem é um ser duplo que pensa e ocupa espaço. O homem tem uma alma e um corpo extenso. Para ele, enquanto a alma está no corpo, ela fica ligada com este através de um órgão do cérebro, uma glândula, na qual se dá uma reação constante entre o espírito e a matéria.
Descartes comparava o corpo com uma máquina ou um autômato, o motivo da comparação é o fato de que as pessoas daquele tempo estavam completamente fascinadas com as máquinas e os mecanismos dos relógios. A palavra “autômato” designa precisamente algo que se move por si mesmo.

5. De mo breve, indique as principais características dos seguintes eventos que antecederam a física cartesiana: A Revolução Copernicana e a Física Galilaica.
Em 1510, Nicolau Copérnico rompe com mais de dez séculos de domínio do geocentrismo. No livro Commentariolus diz pela primeira vez que a terra não é o centro do universo e sim um entre outros tantos planetas em torno do sol.
A revolução copernicana se consolida apenas um século depois, com as descobertas telescópicas e a mecânica de Galileu Galilei.
O principal efeito dessa teoria criada por Copérnico e fundamentada por Galileu para Descartes foi o estabelecimento da dúvida como o ponto de vista científico moderno.

6. Explique detalhadamente a finalidade do método cartesiano e as suas quatro regras.
Descartes acreditava que as gerações diferentes ao longo de séculos tinham seguido o mesmo método, e isso fez com que a ciência não tenha sido mais que o mero acúmulo de opiniões. E não uma construção a partir de fundamentos metodicamente estabelecidos e seguidos de deduções também metodicamente conduzidas.
Assim, descartes formula um novo método dividido em quatro partes:

*Clareza e distinção: essa regra supõe duas atitudes daquele que busca a verdade. De um lado, deve evitar a prevenção, isto é, não formular juízos a partir de preconceitos e prejulgamentos ou de opiniões simplesmente recebidas; de outro lado, evitar igualmente a precipitação, ou seja, não efetuar um juízo até que a ligação entre os termos representados apareça com inteira clareza e total distinção.
*Análise: pressupõe a anterioridade dos elementos simples sobre as composições. Trata-se de uma idéia tradicional da filosofia, mas Descartes confere a ela um teor matemático, já que a divisão das dificuldades é pensada por ele segundo o modelo da decomposição de equações complexas ou da redução de múltiplos aos seus multiplicadores.
*Ordem: essa regra permitirá a dedução como forma de ampliar o saber. A importância da ordem está em que cada elemento que entra no sistema deve ser valor à posição que ocupa num determinado conjunto. Por isso o encadeamento é essencial para a demonstração da verdade.
*Enumeração: o preceito da enumeração pode ser visto, em parte, como síntese, já que percorre em sentido inverso o caminho feito pela análise, numa recuperação da visão da totalidade do conjunto. Ou seja, proceder a revisões e enumerações completas, para ter a certeza de que todos os elementos foram considerados.

7. Por que para Descartes é mais fácil provar a existência da alma que do corpo? Explique.
De acordo com a dúvida hiperbólica, chegamos à conclusão de que todo o conhecimento adquirido através dos sentidos é falso, assim o corpo também é uma dúvida e sua existência não pode ser considerada como verdadeira.
Através da primeira verdade adquirida por Descartes – eu penso, logo existo – ele supõe que não existe corpo algum e que não havia qualquer mundo, mas que nem por isso podia supor que ele, ser pensante, não existia; compreendeu com isso que ele era uma substância cuja essência ou natureza consiste apenas no pensar, e que, para ser, não necessita de nenhum lugar, nem depende de qualquer coisa material. Assim, esse eu pensante é tido como a “alma”. Esse fato infere a Descartes a comprovação da existência da alma mesmo na ausência do corpo físico.